A história da Búzios Local Trilhas remete aos tempos da Búzios "Aldeia de Pescadores", quando aqui vivia uma pequena comunidade pesqueira.
Rodeados de vegetação nativa, o povo caiçara buziano tinha o hábito de utilizar as trilhas deixadas pelos povos indígenas para caçar, colher frutos silvestres, trabalhar nas roças e pescar nos costões rochosos. Os nativos caiçaras eram hábeis criadores de armadilhas para pequenos mamíferos e pássaros. Também criavam cães para auxiliar na caça. Dinheiro era algo que não circulava com muita frequência e a prática do escambo era a mais utilizada pelos moradores que trocavam entre si o que tinham.
Nos anos 60, com a chegada da atriz francesa, Brigitte Bardot um contingente maior de visitantes começava a visitar a comunidade trazendo progresso e crescimento repentino, o que gerou a edificação de novas e grandes casas, desmatamento e a construção de estradas sobre as trilhas que antes se trafegavam à cavalo ou charrete. Uma das mais importantes trilhas deste período hoje se chama Avenida José Bento Ribeiro Dantas que, quando ainda sem nome, ligava Búzios ao centro de Cabo Frio a qual muitos comerciantes utilizavam como rota comercial do pescado conservado à base de sal. O pescado era acomodado dentro de jacás, cestos feitos de cipós ou bambu e postos sobre os lombos dos animais de carga . Conectadas à esta trilha principal estavam infinitas bifurcações de trilhas menores que levavam os habitantes às pequenas comunidades espalhadas pela península: Aldeia de Geribá, Tucuns, José Gonçalves, Rasa, Baía Formosa, Ferradura, Forno, enfim. A Avenida José Bento era uma espécie de artéria principal da qual outras artérias menores surgiam.
Com a modernidade, as novas oportunidades de trabalho e o surgimento de pontos comerciais, a pesca de costão, a caça de animais silvestres e a coleta de frutos silvestres foram sendo abandonadas, fazendo com que muitas trilhas que eram mantidas pelo constante ir e vir de pescadores fossem novamente tomadas pela vegetação nativa. Ainda assim, os melhores e mais famosos pesqueiros continuaram frequentados pelos mais aficionados, o que ajudou manter o acesso à alguns dos mais belos pontos dos costões. A cidade cresceu, ainda sob administração de Cabo Frio, surgiram mais escolas, postos de saúde, ruas, calçadas. Bairros foram tomando forma e as áreas mais valorizadas se transformaram em grandes e luxuosos condomínios, principalmente a faixa litorânea onde prevalecia a valiosa vegetação de restinga e toda sua fauna.
A ideia sobre Ecologia começou a ganhar importância em meados dos anos 80/90 por aqui. Nas escolas, onde alguns professores estimulavam a consciência ambiental, deu-se início a disciplinas como botânica e zoologia. Jovens foram crescendo e entendendo a importância de tudo o que estava sendo perdido, já que muitas das mais belas paisagens se tornaram áreas particulares e este movimento seguia sem empecilhos tomando todo nosso patrimônio natural. Nas escolas a ideia sobre preservação foi se difundindo e a sensibilização dos alunos com a importância dos recursos naturais foi crescendo. Neste meio tempo lagos foram aterrados, áreas de Mata Atlântica devastadas e a restinga à beira-mar substituída por enormes mansões e pousadas. Mas um fato marcante mostrou a dimensão da consciência ecológica que havíamos adquirido e delimitou uma nova etapa: O movimento Pró Azeda. Esta mobilização acabou com os planos de implantação de um megaempreendimento imobiliário nas matas da Praia Azeda. Logo em seguida veio a emancipação político-administrativa que tornou Armação dos Búzios independente de Cabo Frio. O turismo e a fama de nossas praias seguiram fazendo do setor imobiliário um dos mais lucrativos da cidade e muitos profissionais da área fizeram grandes fortunas vendendo terrenos com as vistas mais maravilhosas da península sem se preocuparem com os impactos ambientais. O fortalecimento da economia local fez com que a periferia fosse crescendo vertiginosamente sobre as áreas verdes e foi esse crescimento desordenado que levou preocupação e fez com que ambientalistas começassem a se mobilizar para controlar este processo. Pressionando a classe política bem como o Poder Judiciário, áreas de preservação ambiental (APA’s) e parques foram decretados, criando-se assim instrumentos legais de proteção de importantes trechos da península, nos ambientes terrestre, marinho e lacustre. Após décadas de grande exploração dos recursos naturais, Búzios inicia enfim um processo de preservação ambiental.
Absorvendo toda esta informação e assistindo de camarote todo este alvoroço, percebi que a maioria dos ambientalistas não eram nascidos em Búzios, mas sim pessoas que realmente amavam o que a natureza havia criado aqui mas que infelizmente estava sendo destruído apenas para satisfazer o ego de grandes investidores. Essa falta de participação da comunidade local em questões ambientais chamou muito a minha atenção.
Já na idade de 17 anos trabalhei na Praia de João Fernandes e entre as atividades que exercia, conduzir turistas pelo recife de coral era a que mais me fascinava. Este recife se tornou um dos atrativos explorados pelo mergulho livre recreativo, praticado ali, tanto pela boa visibilidade quanto pela enorme variedade de vida marinha, alem de estar localizado numa das praias mais visitadas pelo turismo internacional. Ali pude ter uma noção dos impactos causados pelo setor, pela grande movimentação náutica e pelo arrastar das âncoras sobre o recife. Muito do lixo deixado pelos visitantes nas areias era levados pelo mar e terminava se misturando ao ambiente marinho, comprometendo um dos recifes mais lindos da cidade.
Deixei a praia e fui morar por dois anos na Argentina e quando a saudade bateu forte resolvi retornar (agora com dois filhos para alimentar). Decidi que o que quer que fosse fazer para ganhar a vida teria que ter relação com o Meio Ambiente. Foi então que surgiu a ideia de utilizar as trilhas que ainda resistiram ao tempo e à ambição dos grandes especuladores como atrativo turistico e assim ajudar à cuidar do que ainda nos restou. Como era um hábito familiar sair para buscar pequenos frutos silvestres e pescar nos costões, sabia que trilhas seriam algo com que minha familiaridade me ajudaria a desempenhar um bom trabalho. Assim, iniciei o levantamento das trilhas fazendo um mapeamento e estudo aprofundado do potencial que cada uma tinha, identificando potenciais atrativos, assim como tambem os riscos que envolveria levar pessoas sem experiência para conhecer todos aqueles belos lugares. E foi assim que a Búzios Local Trilhas surgiu e como no nome já diz, sou local. Sou neto de Seu Pide, antigo pescador e sua esposa Dona Dita (já falecidos). Neto também de Diógenes, antigo comerciante e sua esposa Dona Eulália (já falecidos). Filho de Genildo, pescador, mergulhador (já falecido) e Sônia, sua esposa. Sou o mais velho de três irmãos: Eu, Mateus, Marcos e Mathias, o caçula.
Hoje, após persistir por cinco anos na atividade, já conduzi centenas e centenas de pessoas pelas mais diversas opções de roteiros ecoturísticos criados em Armação dos Búzios. Um total de 12 (doze) trilhas cadastradas e cada uma com suas variações em níveis de dificuldade. Esta experiencia tem sido muito gratificante uma vez que me possibilitou ajudar na preservação, conhecer muitas pessoas, transmitir e adquirir conhecimento, ganhar experiência permanentemente, praticar uma atividade física e fotografar, meu hobby favorito.
A Búzios Local Trilhas atende todos os dias, mas é aos domingos que trabalhamos com preços promocionais. Para participar basta entrar em contato pelo WhatsApp/Telefone: (22) 99753-0823 e fazer sua inscrição. Não é preciso realizar pagamento imediato, pois é feito no local de encontro entre os participantes. As trilhas promocionais duram entre 3 (três) ou 4 (quatro) horas e normalmente tem níveis de dificuldade leve ou moderado, que são os níveis mais indicados para iniciantes e grupos grandes.
O ideal é usar itens básicos para a segurança e bom rendimento na caminhada: mochila, tênis de sola emborrachada, água, boné, protetor solar etc.. Todos itens indispensáveis.
As trilhas exclusivas são roteiros especiais para clientes experientes ou que querem adquirir experiência em níveis mais elevados de dificuldade. Tambem indicadas para famílias, casais e amigos que desejam um momento de privacidade em contato com a natureza em trilhas leves ou bem emocionantes. Tudo isso fica a critério do contratante. Os preços variam entre R$ 50,00; R$ 75,00; R$ 100,00 ou R$ 150,00/pessoa, dependendo do nível de dificuldade, quantidade de participantes e duração do trajeto.
A Búzios Local Trilhas inclui registros fotográficos em todos os passeios enviando-os via Whatsapp ou e-mail.
Nosso Instagram: @buzioslocaltrilhasofficial
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MATEUS SANTOS DA SILVA
Búzios Local Trilhas
(22) 99753-0823